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Texto de autoria da aluna e membro do Comex Blog Gabrielle Silva Cruz

Você já ouviu falar no Movimento Empresa Júnior (MEJ)?

O Movimento surgiu na França em 1967 e foi introduzido no Brasil em 1988, por meio da Câmara de Comércio e Industria Franco-brasileira. Atualmente, o MEJ conecta mais de 22.000 jovens empreendedores do ensino superior, em 110 universidades federadas, contando com mais de 17 mil projetos, alcançando um faturamento superior a 23 milhões. O movimento tem a missão de formar, através da vivencia empresarial, empreendedores comprometidos e capazes de transformar o Brasil.

A Lei 13.267/2016, indica a Empresa Júnior (EJ) como uma associação civil sem fins econômicos, com objetivos educacionais e composta exclusivamente por alunos do ensino superior ou técnico. O MEJ é regulamentado pela Brasil Júnior, Confederação Brasileira de Empresas Juniores, presente nos 27 estados brasileiros por meio de suas federações, órgãos estaduais de fomento ao movimento.

O objetivo das empresas juniores, além de impactar a vida dos clientes, é conceder ao universitário – por vezes o primeiro – contato com o ambiente corporativo, promovendo a experiência mercadológica aos alunos enquanto ainda estão estudando. Haja vista que esse tipo de associação não possui fins lucrativos, todo o faturamento é revertido para a própria empresa e em seus membros, que por sua vez, são voluntários e não possuem qualquer vínculo empregatício. Assim, os recursos são alocados para capacitações, compra de equipamentos e investimentos considerados necessários.

Adjacente a isso, os valores cobrados pelas empresas do MEJ são formidavelmente mais acessíveis, pois, como dito anteriormente, são instituições que não possuem fins lucrativos. Dessa forma, os empreendedores conseguem atender um maior número de pessoas, gerando cada vez mais expertise e network para os membros.

A inserção do universitário em uma Empresa Júnior vem se assemelhando cada vez mais aos processos de empresas sêniores, incluindo algumas fases nas etapas seletivas, tais como apresentação, entrevistas individuais, dinâmicas e resolução de cases. Logo, os membros que passam a integrar uma EJ precisam possuir protagonismo, liderança, pró atividade, profissionalismo, visão crítica e outras características demandas pelo mercado.

De modo geral, a empresa é coordenada pelos próprios alunos, que também podem contar com alguns conselheiros e/ou tutores, sendo eles membro do corpo docente da própria instituição. Este, não possui qualquer responsabilidade legal pela associação, contudo, pode ajudar os membros a desenvolverem as atividades de forma direta ou indireta, instruindo ou até colaborando com os serviços prestados.

O comércio exterior, como uma atividade comercial que envolve países, tem ganhado relativa importância nos últimos anos pelos acentuados processos de globalização, oriundos das diversas transformações que os mercados mundiais sofrem diariamente. De tal modo, a atividade exercida pelo profissional que atua no comércio exterior vem se reinventando. O empresariado júnior, nesse contexto, possibilita ao estudante de comércio exterior a experiência em diversos departamentos dentro de uma empresa, essa pode ser a forma de explorar as áreas do comex a serem seguidas. Por exemplo, uma de empresa de comércio exterior utiliza de todos os ferramentais de uma empresa sênior, desde atividades de exportação/importação (se for o serviço escolhido pelos membros), até as questões financeiras, de marketing internacional, projetos internacionais e nacionais, prospecção de clientes e afins. Logo, o estudante que tem afinidade por qualquer área que seja, e deseja obter essa experiência ainda dentro da graduação, a empresa júnior é o lugar certo.

Visto que o mercado de trabalho se reinventa com certa constância, o diploma do ensino superior, por si só, pode não ser considerado um diferencial. Portanto, os alunos que se dispõem a viver a experiência do empresariado júnior, ao candidatar-se a uma vaga, já possuem em seu currículo experiência e um perfil voltado a área na qual o júnior se dedicou nesses anos de participação do movimento. Consequentemente, o MEJ proporciona aos membros um passo à frente aqueles candidatos não possuem experiência profissional após a conclusão do ensino superior.

Sabendo disso, vale salientar a existência de uma empresa júnior no campus Santa Vitoria do Palmar, a Riex Jr. Consultoria Internacional, que mescla alunos dos cursos de Comércio Exterior e Relações Internacionais.

Segue alguns depoimentos de membros da Riex, que contemplam o peso da experiência antes mesmo de concluírem a graduação.

“Estou na Riex Jr. há cerca de 2 anos, desde que a ideia de fundar uma empresa júnior ressoava pelo campus e os fundadores do projeto lançavam o primeiro processo seletivo. Quando eu entrei na ej já possuía experiência de mais de um ano em administração financeira, logo, pensei que tiraria de letra todas as demandas que iriam surgir, mas obvio que não foi bem assim. A empresa ainda não existia, e as primeiras questões foram “Uma empresa do que?”; “Com que dinheiro vamos fazer isso?” “Como ter dinheiro para fazer isso?”. De fundação, CNPJ, Inscrição municipal, tributos, estatuto e afins, isso eu não sabia nada, ninguém sabia nada. Estar na Riex me ajudou a construir expertise em abertura de empresas, tramites iniciais, gestão de recursos – pois sempre possuíamos um caixa bem raso –, ao mesmo passo que pude acompanhar todos os departamentos evoluindo, hoje mesmo faço parte do administrativo financeiro e estou envolvida em um projeto de precificação. O empresariado júnior é mais que uma única função, você está a todo momento desenvolvendo habilidades profissionais ao elaborar um serviço para um cliente ou para a própria empresa, ao mesmo passo que, está desenvolvendo o seu lado pessoal, lidando com colegas de classe, de condomínio e até de casa. Sem dúvidas, recomendo para todos essa vivencia.” – Gabrielle, 20 anos, 4° semestre de comércio exterior.

 “Atualmente, o campus Santa Vitoria do Palmar, comporta uma Empresa Júnior denominada Riex Jr. Consultoria Internacional, com cerca de um ano de existência, cujas atividades são voltadas para o curso de Comércio Exterior e Relações Internacionais. A RIEX Jr. foi a primeira oportunidade de estar dentro de uma empresa para muitos membros. E foi a primeira oportunidade de abrir uma empresa para todos os membros. Fazer parte de uma empresa júnior dentro do curso de Comércio Exterior na FURG trouxe um outro olhar sobre as expectativas quanto o pós-graduação. Além de abrir os olhos dos membros para as inúmeras possibilidades que o mercado de trabalho de Comércio Exterior oferece e pode oferecer, também fomenta nossa vontade de ir além. A RIEX Jr. contribui para o espírito empreendedor, coletivo e pessoal de cada membro. Empreendedor, pois, a gerência de uma empresa, seus departamentos e serviços nos faz enxergar possibilidades de criação e desenvolvimento na área de Comex. Coletivo, pois, aprendemos a funcionar para além de indivíduo, como um time. E pessoal pois toda reunião, toda palestra, toda pesquisa agrega algo para os membros individualmente. Estar dentro da RIEX Jr. como estudante de Comércio Exterior é perceber que, apesar de ser muito o importante, o meio do Comex ainda está em desenvolvimento e que existe uma gama de possibilidades muito grandes para o futuro, se você souber utilizar o que aprendeu. É perceber que podemos sim estar nos reinventando e modificando o meio para as necessidades do presente e do futuro. É perceber que apesar de ser uma área "nova" ela data de muito tempo atrás. É perceber que ninguém vive sem o Comércio Exterior. E para os estudantes de Comex, esse sentimento é ainda mais forte.” – Gabrielly, 20 anos, 6° semestre de comércio exterior.

“Me inscrever para o processo seletivo da Riex Jr. e estar dentro do MEJ foi uma das escolhas mais importantes que fiz na graduação. Estou há 10 meses nesse imenso mundo de empresas júniors e já pude perceber muitos benefícios e mudanças que isso impactou em mim. Ao contrário do que muitos pensam, a EJ não é só um projeto de estudantes, é uma empresa como todas as outras, com CNPJ e tudo mais, e isso é uma ótima oportunidade para ver de perto e desenvolver suas habilidades de como é vivenciar o dia a dia de uma empresa, exercendo suas funções, tendo que trabalhar em equipe, cumprir metas e participar de reuniões. O networking dentro de uma EJ é outro ponto extremamente relaxante, pois as empresas se ajudam muito e contam também com o apoio do núcleo, que coordena as EJs da região. Então você tem contato tanto com colegas, que serão futuros profissionais, tanto quanto profissionais já de empresas seniores. De um modo geral, é uma ótima oportunidade, dentro da universidade, de se desenvolver, aprender conhecimentos que não estão dentro da sala de aula, pôr em prática o que se aprende, aumentar sua rede de contatos e muito mais. Indico a todos e todas participar de uma empresa júnior.” – Arthur, 21 anos, 8° semestre.

“Desde que surgiu a ideia de criar uma empresa júnior na FURG eu quis participar, isso devido ao objetivo de proporcionar experiência sobre o mercado de trabalho. Porém tem uma grande diferença entrar para uma ej consolidada e que já presta serviços e entrar em uma ej nova, acredito que a aprendizagem é outra. Na Riex faço parte do dp de marketing e estou aprendendo muito sobre edição, produção de conteúdo e design, Além de conhecer o processo de abertura de CNPJ. Confesso que não sei se isso vai ser útil no mercado de comércio exterior, mas como só estou a 2 meses na Riex acredito que ainda vou aprender muito mais.” – Renata, 21 anos, 4° semestre.

Equipe: Michelle Marcia Viana Martins, Tobias Moreira Ramos e Gabrielle Silva Cruz.