Os efeitos da regulamentação ambiental no comércio agrícola brasileiro: Uma análise das medidas tarifárias
Sinergia
Gabrielle Silva Cruz, Lívia Madeira Triaca, Ricardo Saraiva Frio
A partir de maior preocupação com a proteção ambiental, da vida e aproveitamento de recursos, o comércio internacional passou por mudanças, gerando entraves comerciais voltados a medidas não-tarifárias e voltadas a proteção do meio ambiente e demais agentes. O objetivo do presente estudo é identificar se a emissão de notificações a respeito de medidas técnicas, sanitárias e/ou fitossanitárias afetam o comércio de produtos agrícolas brasileiros, tendo em vista que, a pauta exportadora do Brasil é majoritariamente constituída por produtos agrícolas. Análise é realizada através de um painel de dados compreendendo o período de 2012 a 2021 e as estimações são feitas através da abordagem de modelo gravitacional estimando modelos de efeitos fixos, aleatórios e Poisson Pseudo-Maximum-Likelihood (PPML). Os resultados demonstram que embora o número de notificações venha sendo expandido, o volume de produtos agrícolas exportados não é afetado. Ademais, identificou-se que o PIB dos países importadores se associa positivamente com o volume de exportação.
Palavras-chave: notificações; exportações; produtos agrícolas; medidas não tarifárias.
O comércio exterior de soja no Brasil e as implicações da crise comercial entre China e EUA
Revista de Economia e Agronegócio
Lucimar Silva da Silva, Ricardo Aguirre Leal, Rafael Mesquita Pereira
Diante da guerra comercial ocorrida entre a China e os EUA, em 2018, o presente trabalho tem por objetivo principal verificar as consequências deste evento sobre as exportações brasileiras de soja, analisando as ações de cada um destes países neste cenário e as séries históricas do comércio entre eles. Para isso, são calculados os índices de Saliência, Simetria e Interdependência, com o intuito de quantificar como o embate comercial sino-americano afetou o nível de dependência comercial entre China e EUA e, consequentemente, entre Brasil e China, no segmento da soja. Em geral, os resultados indicam uma intensificação do comércio entre Brasil e China, especialmente após o início da crise comercial entre chineses e norte-americanos, bem como sugerem um aumento da interdependência e simetria comercial na relação sino-brasileira.
Palavras-chave: Soja; Guerra comercial; China; EUA; Interdependência.
Competitividade da indústria automobilística do Brasil: uma análise dos veículos leves
Economia e Desenvolvimento
Renata Cristina Andrade do Nascimento, Rafael Mesquita Pereira
Este trabalho tem como objetivo principal analisar a competitividade da indústria automobilística brasileira de automóveis leves e suas partes no mercado internacional. Para este fim, a partir de dados do portal Comex Stat, vinculado ao SISCOMEX (Sistema Integrado de Comércio Exterior), e do UN Comtrade (The United Nations Comtrade), será calculado o Índice de Vantagens Competitivas Reveladas (CR) com o intuito de verificar o comportamento da competitividade da mencionada indústria e seus segmentos entre os anos de 2000 e 2020. Em geral, os resultados indicam que o setor automobilístico brasileiro apresentou vantagens competitivas reveladas apenas no período inicial de análise. Em relação aos automóveis leves e suas partes, verificou-se competitividade revelada apenas no segmento de chassis do país, enquanto as demais partes, peças, acessórios e carroçarias, apresentaram desvantagem competitiva revelada durante grande parte dos anos analisados. Estes resultados indicam, então, que nos últimos anos o setor automobilístico de automóveis leves do Brasil apresentou desvantagem competitiva no mercado internacional, em geral.
Palavras-chave: Automóveis leves; Peças e acessórios, Brasil; Índice de Competitividade Revelada; Indústria Automobilística.
Produção e a comercialização do complexo soja no Brasil: Uma análise das exportações entre 2010 e 2021
Revista Estudo & Debate
Gleiciane Munhoz Vidal, Samanda Silva da Rosa
Nos últimos anos, um grande esforço de exportação tem sido feito no Brasil com o objetivo principal de reduzir a dependência externa do país em relação a empréstimos e investimentos estrangeiros diretos. Nesse contexto, os setores exportadores dinâmicos da economia brasileira, como o complexo soja, desempenham um papel muito importante. O objetivo deste trabalho é analisar especificamente a tendência de exportação do complexo soja grão, farinha e óleo de soja no período de 2010 a 2021. Para isso, utilizamos o modelo de comércio internacional Constant-Market-Share, o que tornou isso possível. O crescimento das exportações pode ser dividido em três efeitos: o crescimento do comércio mundial, o destino das exportações e a competitividade. Aplicando a metodologia, verificou-se que o efeito crescimento do comércio mundial foi o que mais contribuiu para o aumento da exportação de produtos do complexo soja para o Brasil. No entanto, a competitividade também teve impacto positivo apenas na soja. Por outro lado, o efeito destino das exportações associado ao mercado externo do país foi negativo, o que contribuiu para a queda nas exportações de farelo e óleo de soja.
Palavras-chave: Competitividade; Soja; Exportação; Brasil.
Determinantes do investimento estrangeiro direto para os países do Mercosul
Diversitas Journal
Arthur Salaber Gomes, Lívia Madeira Triaca
O processo de globalização avança cada vez mais, diminuindo barreiras e conectando os países. O mundo se transforma, as sociedades se transformam e o mercado também. Com os países se abrindo mais para o mundo, as empresas descobriram novas maneiras de se internacionalizar além das exportações e importações, e uma delas é o Investimento Estrangeiro Direto (IED). Na visão empresarial, é uma estratégia de alcançar novos mercados, se expandir internacionalmente, aumentar suas operações e potencializar seus lucros. Para os países, é mais capital estrangeiro entrando, novas tecnologias e maneiras de se fazer negócio, podendo gerar então mais empregos e receitas para o Estado. Neste trabalho então foram analisados possíveis fatores que podem ser determinantes para uma empresa escolher investir em um país. Esses fatores analisados foram: Crescimento do PIB, Liberdade Econômica, Taxa de Desemprego, Crédito Doméstico ao Setor Privado e Cobrança por Uso de Propriedade Intelectual, pois representam fatores econômicos e institucionais de um país. Os países que foram objeto de análise foram todos os membros e associados do MERCOSUL, a fim de trazer uma perspectiva geral do bloco econômico. Para fazer tal análise, foi utilizado o método de regressão Mínimos Quadrados Ordinários empilhados. Nos resultados, se observou que tanto os fatores econômicos quanto os institucionais são determinantes para atrair investimentos, dessa forma, toda a conjuntura do país é levada em consideração pelas empresas multinacionais.
Palavras-chave: Capital estrangeiro; exportações; Mínimos Quadrados Ordinários Empilhados.
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Análise da competitividade da cachaça brasileira
Revista Economia Política do Desenvolvimento
Enilson Lima Silva Junior, Jonatas de Oliveira, Lívia Madeira Triaca.
O presente trabalho tem como objetivo geral realizar uma análise competitiva da cachaça brasileira, no período que abrange os anos de 2001 a 2018, realizando observações com base nos estudos das vantagens comparativas, de intensidade, de comércio e de orientação das exportações. Este trabalho foi realizado por meio de coleta de dados, sendo as fontes de coleta de maior importância a base de dados Trade Map do International Trade Centre – ITC, Instituto Brasileiro da Cachaça – IBRAC, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA e Associação Nacional de Produtores de Cachaça de Qualidade – ANPAQ. Os resultados obtidos evidenciaram que deixamos de possuir vantagens comparativas na produção de cachaça nos últimos anos, lembrando que nesse estudo foi impossível dissociar a cachaça do rum, tendo em vista que as duas se enquadram na mesma NCM; com o índice de intensidade comercial foi possível identificar os países e blocos com quem o Brasil possui maior intensidade de comércio; por fim, foi apresentado o índice de orientação regional que indica a União Europeia como maior mercado de destino das nossas exportações de cachaça.
Palavras-chave: Cachaça; Competitividade; Comércio; Exportações.
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Competitividade dos produtos farmacêuticos e dos antibióticos brasileiros no comércio internacional
Revista Estudo & Debate
Priscila de Souza da Silveira, Rafael Mesquita Pereira, Márcio Nora Barbosa
O Brasil é considerado um dos grandes players no comércio internacional de produtos farmacêuticos, sendo responsável por uma porção significativa da demanda por estes produtos. Porém, grande parte desta demanda precisa ser atendida através de importações, o que se torna relativamente oneroso para o país. Neste contexto, questiona-se qual é a posição da produção brasileira neste mercado, a qual, de um modo geral, não é capaz de atender sequer a metade da demanda doméstica por estes produtos. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é analisar a competitividade do setor de produtos farmacêuticos e da indústria de antibióticos do Brasil no comércio internacional. Para este fim, a partir de dados do portal Comex Stat, vinculado ao SISCOMEX (Sistema Integrado de Comércio Exterior) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), compreendendo o período de 1997 a 2019, serão calculados o Índice de Vantagens Comparativas Reveladas (IVCR) e o Índice de Vantagens Competitivas Reveladas (CR) para as indústrias mencionadas. Os resultados mostram que, em geral, o setor de produtos farmacêuticos do Brasil possui desvantagens comparativas e competitivas reveladas no comércio internacional, assim como a indústria de antibióticos do país. Entretanto, embora alguns segmentos deste setor também apresentem desvantagens competitivas em seus mercados específicos, outros sinalizam um elevado grau de competitividade.
Palavras-chave: Produtos farmacêuticos; Antibióticos; Competitividade; Índice de Vantagens Comparativas Reveladas; Índice de Vantagens Competitivas Reveladas.
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Exportações de carne bovina brasileira: uma análise a partir de um modelo de equilíbrio geral computável
Revista Perspectiva Econômica
Rafael Mesquita Pereira, Alexandre Nunes de Almeida, Rodrigo da Rocha Gonçalves
Brasil é um dos maiores produtores de carne bovina do mundo. Com relação às exportações, o país ocupa a liderança, comercializando esta commodity in natura para 151 países e, processada, para 103 nações. Em 2015 e 2016, importantes mercados se abriram para este produto brasileiro, gerando uma perspectiva otimista para os seus estados produtores e exportadores. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é analisar os impactos macroeconômicos deste novo cenário internacional para a carne bovina brasileira nos estados da federação. Para tanto, será realizada uma simulação a partir do Modelo de equilíbrio geral computável Orani-G, utilizando como base de dados a Matriz Insumo-Produto do ano de 2005, desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Os resultados mostram que este novo cenário pode trazer benefícios econômicos significativos aos estados que possuem maior vocação exportadora.
Palavras-chave: Carne Bovina; Equilíbrio Geral Computável; Exportações; Comércio bilateral.